Entenda por que substituir agências de marketing por IA pode ser uma péssima ideia para o seu negócio.

Vale a pena substituir agências de marketing por IA?

É impossível negar que Inteligência Artificial (IA) seja uma febre, com um potencial enorme para ser dessas que ficam. E é realmente um sentimento mágico ver uma ideia brotando ali facilmente na tela, quando já não existia mais em que pensar – o tal do bloqueio criativo.

Mas acontece que essa facilidade da vida moderna tem sido usada pelas empresas para substituir agências de marketing por IA, criando a falsa sensação de economia com o setor e realocando recursos para outras áreas. Na prática, é deixar o marketing no piloto automático, mesmo que as criadoras de tais ferramentas reafirmem diariamente que elas estão mais para copilotos de seus usuários.

Na real, o mundo corporativo tem adotado a IA de forma exponencial desde que essa era foi inaugurada. Em 2024, 72% das empresas a nível global já utilizavam essa tecnologia, um aumento significativo em relação aos 55% registrados em 2023. Isso é um indício forte de que muitas empresas consideram substituir agências de publicidade por soluções de IA, visando reduzir custos e aumentar a eficiência.

Entretanto, embora essa tecnologia ofereça ferramentas capazes de analisar dados, automatizar processos e mesmo personalizar conteúdo, ela não substitui integralmente o valor e a sensação de proximidade proporcionados pelo toque humano contido nas escolhas das palavras e na expertise das agências de marketing. Assim, vamos entender, nos próximos capítulos, que efeitos tem provocado essa substituição das agências de mkt pelo uso da IA nas empresas; e de que forma podemos aproveitar o melhor de ambos para o sucesso da publicidade.

O crescimento da substituição de agências de mkt por IA

As Inteligências Artificiais tem sido elaboradas e pensadas pelo menos desde 2010, mas “boom” dessa tecnologia e sua popularização se deu com o lançamento do ChatGPT, em 2022, uma ferramenta que varre a internet buscando informações, as compila e em seguida elabora uma resposta adequada ao usuário.

Essa facilidade tem transformado o setor de marketing, automatizando processos e otimizando estratégias. No Brasil, 41% das empresas utilizam ferramentas de IA no mkt digital, com investimentos na casa dos US$ 504 milhões. Ou seja, ainda é crescente a tendência de substituição parcial das agências de marketing por soluções automatizadas.

A principal justificativa para essa mudança é a busca por redução de custos e maior eficiência operacional, o que até pode ser justificável. Porém, o uso dessa tecnologia sem restrições tem gerado estranhamento e uma leve aversão do público mais atento, pois a sensibilidade humana é tão apurada que mesmo a robotização mais perfeita é perceptível.

No final, o que era para ser economia pode gerar dor de cabeça e arranhamento na imagem da marca.

Mas a Inteligência Artificial no marketing não era boa?

Sendo direto: sim, era e ainda é boa. Mas como ferramenta, e não como um setor estratégico da empresa. Embora a IA seja eficaz em tarefas diversas relacionadas ao marketing, ela não substitui o conhecimento de um profissional e seu “feeling” no trabalho diário.

Ou seja, mesmo que ela possa fazer uma segmentação de público ou análise de tendências até que decente para a sua empresa, ela será significativamente limitada em:

  • Falta de empatia: por não possui a capacidade de sentir ou entender emoções humanas, a IA não consegue criar mensagens que ressoem emocionalmente com o público.
  • Criatividade: embora a IA gere conteúdos muito bons, eles geralmente estão baseados em padrões já existentes; assim, a inovação disruptiva e aquela criatividade “genial” ainda são características predominantemente humanas.
  • Interpretação de contexto: existem muitas situações complexas no marketing, especialmente no digital, que demandam mais que interpretação: exigem uma carga sentimental carregada e compreensão de inúmeras nuances intertextuais que são inerentes ao contato humano; por isso, a compreensão contextual da IA acaba sendo incompleta e pode levar a interpretações errôneas e respostas inadequadas.

A importância do toque humano no marketing

A publicidade genuína e eficaz vai além de algoritmos e dados; ela envolve compreensão emocional, criatividade e capacidade de construir conexões autênticas com os clientes. E, nesse aspecto, não há nada que substitua o toque humano, por ele ser capaz de interpretar nuances culturais, contextos sociais e emoções complexas em poucos segundos.

Inclusive existem estudos recentes que destacam como o toque humano tem sido importante para criar conexões sociais positivas ao longo da vida, pois ele solidifica relações sociais e facilita a formação de novos relacionamentos baseados em interesses comuns. No contexto do marketing, isso se traduz na capacidade de uma marca em ser genuína com seu público, algo que transcende a mera análise de dados.

Use, mas jamais substitua agências de marketing pela IA

De fato, a inteligência artificial é uma ferramenta poderosa que, quando utilizada de forma auxiliar à sua estratégia, pode reduzir esforços e melhorar os resultados em marketing e publicidade.

No entanto, substituir integralmente as agências de publicidade full service por IA certamente acarretará em desconexão com o público e perda da autenticidade da marca. A criação genuína e o contato emocional com seu cliente só podem ser alcançados com um toque humano, que permanece insubstituível na criação de campanhas que realmente tocam o seu público.

Significa dizer, portanto, que a integração harmoniosa entre inteligência artificial e expertise humana é o caminho mais eficaz para o sucesso no marketing da sua empresa. Essa sinergia permite, por exemplo, análises mais precisas e detalhadas, que servirão como norte para o alinhamento das estratégias de marketing.