Media training: a importância de ser um porta-voz bem preparado

Ter postura, precisão e clareza. Ser educado, sincero e seguro. Todas essas qualidades devem estar presentes em um bom porta-voz, que também precisa se manter bem atualizado, conhecer a fundo a área em que atua e estar disposto a responder com atenção às perguntas dos jornalistas. Ainda que alguém já reúna a maior parte dessas características, não se engane: um bom Media Training fará toda a diferença na hora de lidar com a imprensa.

O relacionamento próximo com a mídia é um diferencial para colocar uma instituição, seja ela da área pública, da iniciativa privada ou do terceiro setor, em situação de destaque. Entre as vantagens de se estabelecer uma relação respeitosa e construtiva estão o fortalecimento do nome da marca e a construção de laços de maior familiaridade com o público.

Contudo, poucas são as pessoas que realmente estão devidamente preparadas para atender aos mais diversos veículos de comunicação e suas respectivas demandas. Para isso, é fundamental que o porta-voz da instituição esteja capacitado e apto para encarar esse que é um verdadeiro desafio. Mas, afinal, o que é o Media Training? Leia esse texto até fim e conheça melhor para que serve.

O treinamento de mídia, na tradução do inglês para a língua portuguesa, é uma das ferramentas que prepara quem deseja ou precisa se expor em TVs, rádios, jornais, revistas, portais, dentre outros diversos veículos. Ele reforça a visão positiva das empresas ou instituições frente à sociedade e contribui para evitar os erros e equívocos que ocorrem no relacionamento com a mídia, que muitas vezes podem trazer desgaste para a imagem da instituição e, inclusive, gerar crises. Além disso, ajuda na seleção das mensagens que serão transmitidas para informar e formar a opinião pública.

Por que falar com a imprensa?

Apesar do surgimento de diversos outros canais de comunicação e de todas as críticas enfrentadas, a imprensa ainda possui sua credibilidade e carrega sua marca de qualidade para a maior parte da sociedade. Quantas vezes você já ouviu alguém dizer que tomou conhecimento sobre determinado acontecimento pelo rádio ou pela televisão?

Outro fator que justifica esse relacionamento é a oportunidade. Os espaços na mídia são muito caros, logo, se deve aproveitar todas as chances positivas para multiplicar e marcar presença sempre que possível.

Ademais, se o jornalista solicitou uma informação, é sempre melhor que a versão da instituição seja apresentada. Se omitir e deixar apenas para a interpretação dos veículos pode ser muito perigoso para a imagem da instituição.

Papel do porta-voz

No jornalismo, as fontes são os portadores da informação e podem ser divididas em duas categorias: oficiais e especializadas. Estas são formadas por profissionais ou personalidades que possuem vasto conhecimento de causa, como um pesquisador ou um técnico de determinado segmento, por exemplo. As fontes especializadas apresentam pontos de vista a partir das experiências pessoais, da carreira e de suas convicções.

Já as fontes oficiais são escolhidas por uma organização para repassarem a versão da instituição sobre determinado assunto. Para terem credibilidade, elas precisam transmitir informações seguras, verídicas e bem embasadas, mantendo um posicionamento transparente e confiável.

O representante da empresa ou instituição perante a imprensa em geral é chamado de porta-voz e é por meio dele que as informações relacionadas à organização serão transmitidas ao público. Portanto, geralmente é ele quem concede as entrevistas e realiza pronunciamentos, comunicando a posição da organização.

Como é o treinamento na prática?

O Media Training é formado por uma parte teórica, com apresentação de conceitos elementares e técnicas de comunicação essenciais, e outra prática, com uma série de exercícios práticos e simulações – sobre linguagem, postura, tempo de resposta, como lidar com perguntas difíceis e até mesmo traje a ser usado – que contribuem, dentre outros fatores, para melhorar a postura do porta-voz, evitar gafes e aperfeiçoar o relacionamento com os jornalistas. O compartilhamento de outras experiências e exemplos do que se deve ou não praticar nessa relação contribui para aprimorar a preparação desses representantes.

A partir daí, o porta-voz tem subsídios para o planejamento de entrevistas, com o levantamento prévio de perguntas e respostas, além da avaliação de conjunturas e do contexto político. Por se tratarem de meios de comunicação com características próprias, é fundamental que ele conheça com propriedade a linguagem, os formatos, as diferenças e especificidades de cada um.

Como ser um bom porta-voz?

Ainda que alguém tenha desenvoltura e apresente mais facilidade para lidar com a comunicação, isso certamente não será o suficiente. Falar bem é importante, mas não pode ser o único motivo a ser levado em consideração. As pessoas que ocupam posição de liderança – presidentes e diretores de uma empresa e prefeitos, secretários municipais e vereadores, no âmbito político local – devem ser selecionadas.

Do ponto de vista do posicionamento, quem concede uma entrevista a um jornalista sempre está falando com alguém. Por isso, é preciso direcionar seu corpo, seu olhar e sua voz para esse interlocutor. Um cuidado que deve ser tomado é com relação à artificialidade. Falar de maneira muito ensaiada, repetir informações e não desenvolver o tema adequadamente não são recomendados.

É necessário também estar preparado para situações constrangedoras e polêmicas. Perguntas difíceis são inevitáveis, e o bom jornalista age com desconfiança por natureza de ofício. Por isso, o controle emocional é fator determinante para que o porta-voz conseguia direcionar uma entrevista da maneira mais apropriada.

Apesar de muitas serem demandadas pela imprensa, sobretudo nesta era da instantaneidade da informação, poucas são as empresas e pessoas que investem em um treinamento desse tipo. Com a aquisição dessas experiências, é natural que você ou o assunto abordado também passe a se tornar notícia. Essa relação é dinâmica e se retroalimenta por meio de estratégias bem planejadas.

Muito além de um simples workshop de algumas horas do dia, o Media Training é um processo contínuo, que demanda um grande período de aprendizagem. A partir de ensinamentos teóricos e experiências práticas, a performance das lideranças e de porta-vozes certamente será aperfeiçoada e ganhará relevância na mídia.

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