Os riscos e as oportunidades que o Chat GPT traz para o mercado
O final de 2022 foi um dos períodos mais intensos já vividos pelo homem em sua história. Claro que isso pode ser exagero, mas se pensarmos que, em meio à Copa do Mundo, Eleições, Natal, Guerra e Golpes, surgiu também o ChatGPT, talvez isso não soe assim tão absurdo…
De fato, essa nova ferramenta tecnológica nos apresentou uma inteligência artificial baseada em chatbot capaz de ser criativa em suas respostas; ou seja, ela vai além de aprender comandos e repeti-los, pode criar respostas e inovar sua comunicação mesclando todas as informações que acumula – e, óbvio, não são poucas.
O ChatGPT surge, a princípio, como uma evolução muito mais sofisticada dos chatbots já usuais em sites e aplicativos de diversas empresas – como a Alexa (Amazon) ou Bia (Bradesco). Mas há quem afirme que a ferramenta será a substituta das pesquisas no Google, por seu poder de ser mais precisa e mais direta.
Entretanto, assim como toda nova tecnologia que visa revolucionar a vida humana, ela traz alguns riscos e algumas oportunidades que precisam de reflexão antes de indiscriminarmos seu uso. Neste artigo, elencamos algumas delas, acompanhe.
O que é e como funciona o ChatGPT?
O ChatGPT é uma ferramenta de inteligência artificial que escreve textos com clareza e profundidade em resposta a uma pergunta fornecida pelo usuário humano (ou não). Para isso, a máquina aprende todas as informações fornecidas pelas pessoas, vasculha e aprende tudo o que há na internet.
Parece básico para toda inteligência artificial que se preze, mas a grande diferença é que o ChatGPT é capaz de analisar as informações, seleciona-las e criar a melhor resposta usando uma comunicabilidade fluida e eficaz com o usuário.
E sua automação, feita através de chat, transforma a experiência de conversar com uma máquina e parece que estamos apenas falando com alguém gentil que sabe de tudo – e o que ainda não sabe pede para aprender.
Mas, de fato, o que fez a ferramenta virar febre e ganhar popularidade quase que instantânea no mundo todo foi sua capacidade de criação precisa e complexa em pouquíssimos segundos – tarefas que a um ser humano demandaria dias.
Isso ampliou muito suas possibilidades de uso, ou seja, além de conhecimento e entretenimento, a tecnologia pode ser usada na produção de conteúdo, automação de processos e quiçá aumento na produtividade corporativa.
Como a novidade foi recebida pelo mercado?
A OpenAI, empresa criadora da ferramenta, afirma que o ChatGPT veio para revolucionar a comunicação e o conhecimento humano, podendo ser vista até como uma ameaça à hegemonia do Google.
Isso porque o retorno ao usuário fornece a resposta precisa e direta, em forma de diálogo, e não em forma de links que ainda necessitam de filtro do usuário, como acontece na Big Tech mais famosa do mundo.
A Microsoft, de olho nisso, já anunciou aporte bilionário à OpenAI, com o objetivo de integrar o ChatGPT em seus produtos, principalmente o Bing e o Teams. A intenção, claro, é aumentar utilização de suas plataformas de produtividade oferecendo ao mundo corporativo a inteligência artificial de maneira fácil, ágil e eficaz.
Já o mercado, como um todo, recebeu a novidade com um misto de euforia e cautela. Isso porque, de um lado, há o ganho em produtividade e automação em processos (como o Buzzfeed, que demitiu redatores e passou a usar o ChatGPT), mas, de outro lado, existe a possibilidade de vazamento de informações confidenciais das empresas.
Em suma, não só as empresas, mas a sociedade como um todo aguarda para saber quais desdobramentos essa nova inteligência artificial causará no mercado e nas relações humanas, o que depende, basicamente, de como ela evoluirá a partir do uso.
Os riscos do ChatGPT para a sociedade
Como dito anteriormente, o ChatGPT aprende com toda e qualquer informação que um usuário transmite, seja em forma de pergunta ou de comando. Seu uso para o trabalho, então, demanda maior atenção, pois o funcionário pode, eventualmente, fornecer algum dado sigiloso ou informação interna para a máquina, que poderá ser retransmitida a outros usuários da plataforma.
Além disso, se a inteligência artificial for nutrida de estereótipos, preconceitos e discursos de ódio, é bem provável que ela se torne um objeto de propagação desse tipo de expressão. O que vai colaborar, é claro, para o fortalecimento de fake news e a concomitante insalubridade nas redes.
Seu uso indiscriminado, segundo especialistas, pode inclusive desfavorecer a criatividade humana e gerar pessoas cada vez mais dependentes de tecnologias e máquinas para ações corriqueiras.
Por fim, como o ChatGPT recolhe, compila e analisa toda a informação que encontra na internet, nesse momento a criação de textos e conteúdo criativo será sempre uma colcha de retalhos, por mais fluida e legível que seja a leitura.
As oportunidades geradas pelo ChatGPT
As pesquisas realizadas com o ChatGPT trazem resposta precisa em menor tempo e de forma mais direta que o Google, pois não é preciso vasculhar links e sites para achar o que procura.
Essa agilidade é repassada ao mundo corporativo em forma de maior produtividade, uma vez que o tempo de pesquisa é diminuído e a solução para um problema empresarial pode ser facilmente sanado.
Sem dizer, é claro, que a criação de conteúdo (de marketing, sim, inclusive) pode ser automatizada e mesmo textos, tarefas, roteiros e apresentações serem redigidas pela IA. Isso, para MEIs e PMEs, representa uma ajuda e tanto.
Além disso, com pesquisas mais eficazes e o conhecimento sendo produzido em forma de “conversa” com o ChatGPT, a curva do aprendizado humano tende a se acelerar, contribuindo positivamente para a educação nesse sentido.
Conclusão
A nova inteligência artificial lançada no final de 2022 promete revolucionar o mundo e a forma como nos comunicamos. Até que isso aconteça, porém, é necessário tratar o ChatGPT com cautela e alimentá-lo com informações verídicas, fidedignas e que possam, de fato, contribuir para uma sociedade melhor.
Dessa forma, conversar com a máquina poderá ser, no futuro, algo tão comum e corriqueiro que nem mesmo as crianças se espantarão. Pelo contrário: será que crescerão cercadas delas para pedir conselhos e fazer seus trabalhos?